Alerta Final

Visite a página no face book geziel.costa

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quais os objetivos de Missão para a Igreja?


Concordo com Míguez Bonino, quando afirma que a missão é o centro da igreja, como também da teologia. O tempo que a América Latina não produzia teólogo e nem teologia, levou muitos cristãos a terem aversão à teologia. Ser teólogo era ser frio, sabichão, e a teologia levava o cristão ao farisaísmo.

Mas quando o projeto evangélico de missão invade a América, reconheceram a importância da teologia. Hoje entendemos que missão da igreja de Cristo, é tarefa da teologia evangélica. Sou antagônico de Míguez Bonino no tocante à teologia da libertação. O próprio texto se encarrega de dizer que a comunidade de fé protestante não participou nem participa da teologia da libertação.

O protestantismo que veio da Europa ou da América do Norte chegou à América Latina realmente como diz Bonino, chocando as culturas, religiões, raças e todos os seguimentos da sociedade. A princípio era mais uma novidade, com o passar do tempo, e o progresso, se tornou fator preocupante das lideranças e do governo. Isso porque de acordo com Bonino, as críticas ao clero, às forças sociais, aos valores invertidos, levou o povo a tomarem atitudes e posições contrárias, querendo melhorias e participação.

Em respostas às perguntas difíceis de responder, o protestantismo causou mudanças, a igreja era e é um lugar de liberdade, onde aprendemos a santidade (separação) de todos os ditames do mundo. As pessoas que vem fazer parte da igreja tem uma vida nova. Eis aí a verdadeira libertação, em primeiro lugar, libertar o homem da escravidão pecaminosa. Aqui está a divergências entre os teólogos da libertação, e os teólogos protestantes.

A teologia da libertação leva ao pé da letra, quando insiste em dizer que a libertação é dos pobres, dos que vicem às margens. A luta excessiva pela igualdade social diverge da teologia bíblica. Veja nas palavras de Jesus: “Porque sempre tendes os pobres convosco, e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes;” (Mc 14.7). Sempre haverá pobres, nunca nesta dispensação iremos ter a igualdade social. Todavia isso não quer dizer que vamos cruzar as mãos, e nada fazer pelos pobres, porque podemos fazer o bem quando quisermos a eles, e sempre queremos exercer a caridade.

Quero falar de dois pontos importantes citados no texto. O primeiro é a ideologia explicitamente marxista. O segundo é o de chamar os oprimidos e explorados a assumirem sua própria libertação. Penso que a teologia da libertação tem confundido pobre com proletariado, rico com burguês, pecado com opressão. Concordo em parte com Rubem Alves, quando apresenta uma mensagem bíblica sobre Deus que atua na história para transformar o mundo. Essa transformação começa no interior, para depois transformar também o meio em que o indivíduo vive.

Bonino afirma que Deus quer salvar as pessoas e claramente se posiciona ao lado dos pobres. A maneira como Bonino fala da pobreza e do trabalho, é semelhante ao olhar crítico de Karl Max. E Max não tinha razão em tudo, e seus postulados à luz da Bíblia contém inúmeras falhas. Por isso discordo de Bonino em muitas coisas. Deus não fez preferência pelo pobre, mas pelo homem, seja ele pobre ou não. Deus amou e salvou pessoas de todas as classes. A única distinção de pobre para rico foi no amor às riquezas. Mas Jesus esteve com ricos e pobres, ama e quer salvar a todos sem preferência.

Todavia concordo com Bonino quando acrescenta que devemos assumir a história de Cristo como nossa isto é: Devemos assumir a cruz, o gólgota, a tumba etc. O reino de Deus começa no nosso interior, na nossa aceitação do sacrifício de Cristo. O reino começa quando alcançando as almas, trazendo a elas a libertação espiritual e fazendo a nossa parte social. Ajudar as pessoas menos favorecidas é dever de quem faz parte do Reino de Deus. No entanto transformar a classe pobre, acabar com a burguesia, são apenas teorias que ainda não deram certo. Claro que quem faz parte do reino luta contra a desigualdade social e todas as mazelas que assola os humanos.

Míguez Bonino definiu bem a vocação da igreja, no final do texto. Ela foi instituída para a proclamação da salvação, perdão dos pecados e a santificação. A igreja é um sinal da graça e da bondade de Deus. Temos uma tarefa no mundo, mostrar que existe esperança, mudanças e vida transformada. A verdadeira missão da igreja é levar Cristo para a vida das pessoas. Bonino defende o ecumenismo como a ponte para uma missão concreta, ou para uma missão eficaz. Não concordo com o ecumenismo. A igreja primitiva teve sucesso na evangelização sem a inserção do ecumenismo. O protestantismo cresceu na América sem os caprichos do ecumenismo. Não creio que o ecumenismo seja o fator crucial para o sucesso das missões.

O finalizo com as ponderações de Bonino sobre o amor dispensado aos pobres, aos que vivem às margens. O amor de desejo de mudança desejo de ver essas pessoas felizes e com esperança. Claro que não devemos apenas dizer a elas que Deus os ama. Além de oferecermos a salvação em Cristo, devemos fazer a obra social, lutar por melhorias financeiras. Mas isto não é a prioridade da igreja. Fazendo a parte social não significa que vamos mudar a classe pobre, levar a classe baixa para a média.

Resenha do texto de Prof. Roberto Zwetsch

Ev.Geziel Silva Costa

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Conceito de Missão

Nos últimos cem anos, a ciência vem se multiplicando assustadoramente. As mudanças ocorrem em todos os seguimentos da sociedade sendo inevitáveis. Essas mudanças são tanto positivas como negativas, ao mesmo tempo em que é benéfica ao homem, pode ser maléfica. Diante destas verdades, a teologia cristã não poderia ficar sem sua contribuição, tendo em vista que a Bíblia tanto falou deste momento de evolução na história humana.

A teologia apresenta biblicamente o propósito da vida humana aqui na terra. A solução para a sociedade mundial, a paz e a felicidade não estão simplesmente na tecnologia, na globalização e nem na pós-modernidade. O pensamento pós-moderno é anticristão e extra bíblico e estes conceitos são motivos para um caminho destrutivo e sem solução que a sociedade está trilhando. O que dizer do aquecimento global? Está escrito que a terra geme, com a maldade do homem à natureza. O pecado humano trouxe maldição a terra. “Maldita é a terra por tua causa”.

Quanto às mazelas, injustiça social, guerras, fomes, pestes, desigualdades econômicas e os conflitos, estão escrito: “De que se queixa o homem? Queixe-se de seus próprios pecados”. Também são sinais e advertências que estão escritos na Palavra. Em Mateus 24, Timóteo e outras passagens, alertam para estes momentos. A única solução para tudo isso, não é o futebol, a música e nem a religião, mas a solução é Jesus. Se os humanos cressem e recebessem Jesus seguindo a sua Palavra, o mundo seria diferente. É necessário que os próprios missionários tenham recebidos ao Senhor Jesus como seu único e suficiente salvador de suas vidas.

No tocante a teologia e sua relação com a missão temos visto que tem havido muito desta última, mas, porém, pouca prática. É do conhecimento de todos que no contexto histórico das missões muitas vezes comunidades inteiras foram impostas a receberem obrigatoriamente a fé que lhes eram ensinadas mesmo contra as suas próprias vontades. É o que aconteceu com os denominados cristãos-novos em 1497 quando todos os judeus que eram nascidos em Portugal foram forçados a converterem-se ao cristianismo.

Como o império era totalmente cristão e as práticas judaicas eram totalmente proibidas, os judeus eram obrigados a serem católicos praticantes. Durante quase trezentos anos esses judeus nascidos em Portugal foram processados e perseguidos pelo tribunal do santo ofício da inquisição. Também nas colônias portuguesas os que possuíam outra fé eram perseguidos pelo santo tribunal. A causa dessa evangelização tirana sobre os judeus foi à dualidade que passaram a viver para serem reconhecidos pela cultura ibérica. Ou seja, eram ainda judeus, porém agora não praticantes, pois teriam que viver como cristãos para não perderem a própria vida.

Somente com a liberdade de crenças que as igrejas protestantes passaram a usufruir no século XX somando a isto também o fim das colônias, é que a missiologia nas igrejas evangélicas passam a ter um desenvolvimento maior no terceiro mundo principalmente nos continentes latino americanos, africanos e asiáticos. Claramente porque antes deste período era totalmente rigoroso o combate a toda e qualquer forma de crença que não fosse a religião oficial decretada pelo estado.

Com a chegada dos missionários jesuítas portugueses para ás Américas com os colonizadores que vinham expandir o império e conquistar os povos nativos, notamos que o objetivo de alargamento dos campos dominados por eles referia-se também a religião. Desta maneira à medida que se tomava posse das terras dos povos ameríndios ao mesmo tempo era lhes imputado o domínio através da cultura que tinha como braço forte a desculpa da religião. Isto não leva a ninguém crer que simplesmente os nativos foram persuadidos a mudarem seus hábitos, costumes e religião da noite para o dia. Os povos da terra nunca deixaram de pelejar contra o domínio exterminador que se abateu sobre os seus territórios ao final do século 15. E quando em algum momento sua cultura era preservada pela força superior de suas estratégias bélicas geralmente o que ocorria era a destruição de suas terras comprometendo todo objetivo da missão cristã para com estes povos. Como a história mostrou muitas vezes, que, os missionários eram omissos diante das injustiças feitas às gentes nos leva então a refletir se toda aquela evangelização trouxe algum benefício espiritual e material!

Na mesma linha podemos colocar também o modo de evangelização feita aos negros trazidos da África para se tornarem escravos em todo continente Latino-Americano. O flagelo da escravidão era sem limites incluindo a isto toda sorte de abusos imagináveis contra o ser humano e ainda tendo como álibi a idéia que Deus concedia permissão para tudo isto. Os escravos também foram obrigados a seguirem a religião católica sendo-lhes proibida qualquer realização de seus costumes como festas e rituais africanos. Os senhores de engenho impôs a esta gente também a adoção da língua portuguesa como forma de comunicarem-se. Mas às escondidas eram praticadas as suas festas e costumes e assim conseguiram manter as suas culturas e tradições.

A missiologia protestante começa de uma maneira voluntária em que cada crente é responsável pela divulgação do evangelho. Com a chegada dos protestantes à America-latina estes viram a necessidade de evangelizar os próprios católicos entendendo que também os seguidores desta fé necessitam da salvação em Jesus Cristo. Assim a palavra é levada com grande aceitação por todo o continente principalmente no território brasileiro.

Síntese da matéria Introdução à teologia da missão

Prof. Roberto Zwetsch