Alerta Final

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Lição 1 – O Surgimento da Teologia da Prosperidade

No 1º Trimestre de 2012, estaremos estudando, através das Lições Bíblicas da CPAD, sobre o tema: “A Verdadeira Prosperidade – A Vida Cristã Abundante”. As lições serão comentadas pelo pastor José Gonçalves. Os assuntos são os seguintes:

Lição 1 – O Surgimento da Teologia da Prosperidade

Lição 2 – A Prosperidade no Antigo Testamento

Lição 3 – Os Frutos da Obediência na Vida de Israel

Lição 4 – A Prosperidade no Novo Testamento

Lição 5 – As Bênçãos de Israel e o que Cabe à Igreja

Lição 6 – A Prosperidade dos Bem-aventurados

Lição 7 – Tudo Posso Naquele que me Fortalece

Lição 8 – O Perigo de Querer Barganhar com Deus

Lição 9 – Dízimo e Oferta

Lição 10 – Uma Igreja Verdadeiramente Próspera

Lição 11 – Como Alcançar a Verdadeira Prosperidade

Lição 12 – O Propósito da Verdadeira Prosperidade

Lição 13 – Somente em Jesus Temos a Verdadeira Prosperidade

A verdadeira prosperidade incide em uma comunhão íntima com Deus. Um relacionamento em afinidade de acordo com os princípios bíblicos. Estudaremos nesta lição a deformidade que ao longo dos anos a verdadeira prosperidade vem sofrendo. Voltar à Palavra de Deus para entendermos estas minúcias e definições, é tarefa da igreja e dos professores neste trimestre.

O que chamam hoje de teologia da prosperidade na verdade é a teologia do Logro, troca, permuta e como a lição define “teologia da barganha”. Os dízimos, as ofertas, as contribuições com missão, construções e as ofertas alçadas, são incentivadas com o retorno do quíntuplo. As palavras bíblicas como: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;” (Mateus 6:3). Não são mais ensinadas.

Pedro insistentemente escreveu que em nossos dias, alguns fariam do evangelho e da igreja um negócio. “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita”. (2 Pedro 2:3).

É nossa tarefa combater essas heresias, e primar pela verdade.

Boas Aulas

Ev. Geziel Silva Costa

A RESSURREIÇÃO DE JESUS É A NOSSA ESPERANÇA (Parte 1)

Sem esta mensagem da fé cristã, Paulo declara que a nossa fé não significaria nada. “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1 Co 15:14).

Recebemos a certeza na ressurreição de Cristo, que ele é o Messias, o Salvador. Paulo continua afirmando a importância da ressurreição de Cristo, que sem ela não haveria o cristianismo nem a igreja e ainda estaríamos mortos em nossos pecados (1 Co 15.17).


1. O túmulo vazio. Críticos há que argumenta que Paulo não destacou o túmulo vazio, e essa ideia de ressurreição só acorre anos depois. Todavia Paulo fala do sepultamento que é um argumento a favor da existência do sepultamento (1 Co 15.4). Os críticos argumentam sobre as disparidades que existem nos evangelhos como quantas mulheres foram ao túmulo e por quê? Para aplicar a unção no corpo conforme (Marcos e Lucas) ou para ver o túmulo de acordo com (Mateus)? Havia um anjo (Marcos e Mateus) ou dois de acordo com (Lucas e João)? As mulheres silenciaram (Marcos) ou falaram da ressurreição (Mateus)?


Estas variações já eram conhecidas dos cristãos e Tatiano no segundo século já havia falado sobre elas. Os cristãos foram fiéis aos seus escritos, e já sabiam com certeza que o túmulo estava vazio, pois a surpresa das mulheres e dos discípulos é real diante do túmulo vazio. Os discípulos não usaram o túmulo como prova da ressurreição de Cristo, mas testemunhavam convictos como testemunhas oculares.


Se a sepultura não tivesse vazia, dificilmente os discípulos morreriam crendo nesta verdade. Diferentes tentativas foram inventadas para explicar o túmulo vazio. A do roubo do corpo de Jesus pelos discípulos logo foi descartadas porque muitos seguidores de Jesus morreram crendo na ressurreição. Outra tentativa foi que as autoridades levaram o corpo de Jesus para outro lugar. Mas quando começou falar da ressurreição, ninguém soube explicar onde estaria o corpo.


Se as mulheres fora à sepultura errada, haveria como acertar mais tarde a sepultura. A suposição do desmaio, e que ele teria recobrado os sentidos na sepultura e voltado a viver não persiste. Como explicar a lança que perfurou o seu lado, e os lençóis que foi envolto dos pés à cabeça? A pregação da ressurreição em Jerusalém logo teria sido descoberta se fosse uma fraude, estas mesmas suposições à cima seria o suficiente para calar os discípulos.


A ressurreição de Jesus não foi vista por ninguém. O evangelho apócrifo de S. Pedro narra à maneira como Jesus ressurgiu diante dos guardas romanos e dos judeus. Logo a Igreja rejeitou este evangelho não o aceitando como canônico. Com certeza os primeiros cristãos notaram o grande erro ao se escrever de um modo tão falho sobre a ressurreição do Senhor. Os testemunhos que temos atestam apena duas coisas: Foi encontrado o sepulcro vazio e o Senhor foi visto vivo por muitas pessoas que testemunharam sobre sua ressurreição.


Em Jerusalém se formou a tradição do sepulcro vazio. Na cidade santa seria impossível pregar sobre a ressurreição de Jesus se fosse possível mostrar o sepulcro com seu corpo ali repousando. Os inimigos de Jesus e da sua igreja jamais negaram a realidade do sepulcro vazio. Alegaram que seus discípulos o roubaram para propagar que ele havia ressuscitado. É interessante notar que Maria Madalena ao presenciar esta cena também interpretou que o sepulcro havia sido roubado. O simples lugar vazio não trouxe nada de novo na reação dos discípulos.


Para eles isto não alteraria nada a não ser novamente a suspeita que alguém poderia ter invadido o túmulo roubando o corpo do Senhor. Outra coisa que nos chama a atenção é quando as mulheres encontram o sepulcro vazio fogem de temor, espanto e tremor de maneira que escapam apressadas do sepulcro. Através dos relatos dá-se para perceber que somente após as aparições para uns aqui e outros ali é que foi determinado que ele realmente estivesse vivo.


2. As aparições. Em todo o Novo Testamento as aparições de Jesus foi algo incrível, e esse é o âmago da fé dos cristãos. Os discípulos no caminho de Emaús e Tomé tiveram certezas através da presença do metre ressuscitado, que estavam no caminho correto. Pedro mais uma vez largou as redes para nunca mais voltar a elas depois da aparição e Jesus a ele. Paulo se tornou uma testemunha convicta depois da aparição de Jesus. Estas aparições de Jesus serviram de certeza de salvação para muitas pessoas da época.Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido” (1 Co 15:6).

Sempre foi pregado desde o começo da igreja Cristã que ele realmente ressuscitou. Estas afirmações estão espalhadas em todo o Novo Testamento. A ressurreição sucedeu em um ponto perto de Jerusalém após três dias da morte de nosso Senhor. Por ter acontecido em um domingo este passou a ser chamado como o ‘’Dia do Senhor ’’.

Ao analisarmos com mais profundidade os escritos do Novo Testamento vemos que há dois relatos sobre a ressurreição de Cristo. Um faz a descrição sobre os encontros com Jesus já ressuscitado; seus discípulos o vêem e o conhecem. Isto aconteceu quando os discípulos estavam reunidos. A outra narração fala sobre o túmulo vazio. Foi encontrado aberto pelas mulheres que não teriam forças suficientes para remover a pedra e abrir a tumba. (Mc 16.3-4). O fato é explicado pelos anjos que anunciam sobre a ressurreição do mestre.

Os pensadores contemporâneos insistem em rejeitar a ressurreição de Jesus. Segundo eles por não haver algo igual ou parecido na História. Mas é bom saber que não é somente o pensamento contemporâneo que tem esta dificuldade. Até os próprios discípulos não criam quando o Senhor falava que iria morrer e ressuscitar após três dias seguintes. E finalmente quando aconteceu a morte de Jesus para eles tinha acontecido já o fim de tudo.

E quando é anunciado pelas mulheres que a ressurreição tinha se tornado uma realidade então todos, sem exceção de regras, rejeitam de cara esta ideia por ser algo inédito, estranho e sobrenatural. Por aí podemos tirar a conclusão de que não foram jamais os discípulos que inventaram a notícia da ressurreição como muitos querem assim dizer. Juntando-se a mente moderna vemos também que na Grécia a mensagem da ressurreição pareceu muito estranha e de difícil aceitação. Mesmo com todo o conhecimento filosófico grego sobre matéria e o espírito, os ouvintes de Paulo em Atenas duvidaram e zombaram quando o ouviu falar sobre a ressurreição de Jesus.

Por não haver nada parecido escrito na História sobre a ressurreição não quer dizer que ela nunca aconteceu. Os cientistas atuais aceitam que toda investigação não podem estar fechadas para fatos inéditos sem precedentes na história. Apesar da obrigação da ciência verificar o que é mesmo verdadeiro ou falso, devido a muitos processos que são frutos da imaginação.

Continua...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Algo sobre a morte e a ressurreição

2. O ENSINO DA MORTE
Antes de falar da ressurreição deveremos dar um realce sobre a morte. Este é um assunto que tentamos evitar, mas na nossa jornada o que nos ameaça futuramente não são somente a tribulação e a lida desta vida, mas a morte. Todos nós vivemos este dilema e não conseguiremos sair dele, a realidade da morte tem que ser enfrentada.

“Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó” (Ec 3:20). Dentro da existência da vida, o único ciente que morrerá é o homem, vejamos algumas teorias da filosofia:

O existencialismo analisa a morte como algo natural como o fim de uma viagem. O sentido espiritual na morte não é aceito pelos materialistas, pois para eles tudo é matéria. O estoicismo acredita na naturalidade da morte, por sua vez o platonismo ensina que o corpo e a matéria são maus. Os materialistas não creem na ressurreição, mas que a morte é o fim. O conhecimento mítico afirma que após a morte resta apenas a sombra fantasmagórica do nosso eu.

Os reencarnacionistas acreditam que nossa alma continua voltando em corpos diferentes. Os humanistas creem que o corpo é uma ilusão, e o que realmente interessa é a consciência cósmica impessoal. Mas a Bíblia apresenta a causa da morte não como algo natural, mais um castigo pela desobediência, o pecado.

Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:17).

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm 5:12).

O sentido bíblico e doutrinário da morte é:

a. A morte como salário do pecado.

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor “(Rm 6.23).

b. A morte é sinal e fruto do pecado.

c. A morte foi vencida no calvário por Cristo.

Morte significa separação, no grego a palavra é thanatos que é a separação das partes imateriais da matéria. É a saída ou partida, a cessação e rompimento da vida. Os tipos distintos de morte são:

1. Morte Física. Em 2 Sm 14.14 está a melhor explicação para a morte física, a cessação da vida no corpo.

2. Morte Espiritual. Existe duplo sentido para a morte espiritual. Primeiro é a perca da comunhão com Deus pelo pecado (Ef 2.1,5). Segundo é a morte do cristão para o mundo, ou a separação do mundo sistema (Rm 6.14).

3. Morte Eterna. É a separação eterna de Deus, sem possibilidade de arrependimento. O julgamento Final dos ímpios ocasionará na separação eterna (Ap 20.14,15).

3. O QUE É RESSURREIÇÃO

Do grego anástasin; do latim ressurrectione, significa a volta miraculosa à vida, levantar-se, erguer-se, despertar e acordar. É um ato extraordinário e miraculoso exclusivo de Deus sobre a morte física do ser humano, permitindo que este retorne à vida, isto é: a alma retorne ao corpo físico. Este ato do retorno à vida tem como objetivo a glória e exaltação do poder de Deus.

3.1 RESSURREIÇÃO

Ressurgir dentro os mortos é a ressurreição indicada na Bíblia, que apresenta duas situações fundamentais:

1. Curas milagrosas. Neste caso se faz alusões a indivíduos que voltaram novamente à vida terrena. Vários textos na Bíblia mostram este acontecimento. A do filho da viúva de sarepta realizada por Elias (1Rs 17.20-24); A ressurreição que Eliseu realizou no filho da sunamita (Rs 4.32-37); A ressurreição do homem morto que ao tocar nos ossos de Elizeu volta à vida (2Rs 13.21). A filha de Jairo ressuscitada por Jesus (Mc 5.41-43) e a de Lázaro (Jo 11.43-44) Pedro realizou a ressurreição e Dorcas (At 9.40-41) e a de Êutico realizada por Paulo (At 20.9-12). Estas pessoas passaram pela morte novamente eles não tiveram a transformação e a glorificação do corpo. Todas estas ressurreições tiveram como objetivos mostrar o poder de Deus, e a glorificação do seu nome.

2. A Ressurreição de Nosso Senhor. A ressurreição de Cristo é a sua vitória sobre o poder do pecado e da morte. Para Paulo e os demais apóstolos a ressurreição de Cristo é a esperança e a prova na nossa ressurreição.

Jesus disse que na ordem da sua voz, os mortos sairão para a ressurreição. “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” (João 5:28-29). A partir da convicção da ressurreição de Jesus, os apóstolos pregaram com ênfase sobre a ressurreição dos mortos. Todos os apóstolos pregaram sobre a ressurreição de Jesus como a garantia da ressurreição dos mortos. “Doendo-se muito de que ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos” (Atos 4:2).

Paulo disse que Cristo foi feito as primícias dos que dormem.Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Co 15:20, 23). Paulo deixa claro que Cristo foi o primeiro a ressuscitar dos mortos com o corpo transformado. E depois dele, os que morreram em Cristo ressuscitaram, essa é a ordem da ressurreição. Na verdade, os santos do AT que morreram em Cristo, ressuscitaram depois da ressurreição de Cristo.

“Os sepulcros se abriram, e os corpos de muitos santos que tinham morrido foram ressuscitados. E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos” (Mt 27:52-53). Estes santos são os santos do AT que morreram em Cristo, isto é: Morreram fiéis a Deus crendo em suas promessas. Observem que eles só saíram dos sepulcros depois da ressurreição de Cristo. Esta ressurreição é com a transformação do corpo conforme Paulo falou:Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal, de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: "A morte foi destruída pela vitória" (1 Co 15:54).


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O luto na Atualidade



Existem inversões dos assuntos da morte e do nascimento nos debates e explicações nos dias de hoje. A situação da morte hoje é até menos emocional do que antes. Quando alguém partia desta vida para outra, os momentos emocionais eram mais aflorados na vida de uma pessoa. Hoje o conformismo é maior, as pessoas dizem: - É assim mesmo! Partiu para uma vida melhor, está com Deus! Quanto às explicações do nascimento hoje, as fadas, e as cegonhas somem dos comentários dos adultos para as crianças, com relação à origem. Até as crianças inocentes, já não são mais tão inocentes quanto ao assunto do parto.

A sociedade tenta afastar cada vez mais a morte da vida de seus familiares. O envelhecimento é sinônimo de asilo, o lugar dos doentes é no hospital, e os defuntos devem ser lavados e tratados pelas funerárias. Para os entes queridos, apenas o trabalho de velório é suficiente. Até mesmo as pessoas mais velhas com a idade mais avançada possível, não querem morrer, mas pelo contrário, faz uso de todos os meios para mais um dia ou uma hora de vida.

As pessoas nos dias atuais, não mais se preocupam tanto com a morte, se apegando às pessoas, as coisas, e esquecendo-se de se prepararem para uma vida por vir. Isto porque não creem mais na vida após a morte, e os que creem estão definitivamente conformados acreditando que para eles, é impossível a chegada deste dia.

A Bíblia relata em diversos livros sobre o luto. E as diferentes maneiras do comportamento dos enlutados. Ela também enfatiza a importância de analisar a morte e estar em um funeral. Talvez para darmos mais valor à vida do que as coisas, e aproveitarmos mais o tempo com o gozo da vida e das pessoas que amamos que a perca de tempo com coisas frívolas. No NT Jesus tanto ensinou quanto viveu momentos de dor pela perca de um amigo. Marta e Maria queriam a presença de Jesus naqueles momentos dolorosos. Acredito que pelo desejo do milagre, e também para partilhar a dor. Assim nos dias de hoje, os líderes constantemente são convidados ao velório de irmãos e amigos, com a finalidade de uma palavra de consolo, um abraço amigo. Tanto a companhia como os momentos alegres e as dores, deve ser dividida e compartilhada com os demais.

A fase do luto é relativa, por mais que as pessoas se preparem para este momento, ou já estejam esperando a partida do seu ente querido, quando a morte chega é realmente diferente do que previsto. A fase controlada às vezes evita que a pessoas enlutadas caia na real de imediato sobre a perda. Devido à correria nos preparativos do enterro, a recepção das pessoas bloqueiam as emoções. As consequências se dão pós-luto, quando tudo acaba e as pessoas vão embora, a tristeza e amargura toma conta. Nestas horas o aconselhamento pastoral é fundamental.

O vazio existencial é real na vida de pessoas enlutadas, as lembranças, a saudade faz com que a pessoa alimente o passado. É necessária a presença dos familiares, amigos e irmãos para trazer de volta estas pessoas ao presente para viver sua vida. Alguns se retraem na própria solidão, outros esperam por alguém, e não esperam ser decepcionados. Assim a pessoa entra na fase da readaptação, aprender a lidar com a perda, voltar ao trabalho, à alegria, falar da perca com naturalidade. A superação e a readaptação estão de volta na vida presente do indivíduo.

O luto na sociedade hodierna de hoje é reprimido, segurado ao máximo para manter o estereótipo. O luto recolhido interiormente pode causar problemas psíquicos. É necessário externar os sentimentos. Nas classes populares e rurais isso flui natural, as pessoas não conseguem agir como atores, mas se expressam com naturalidade, que aos olhos de muitos, podem ser avaliados como escândalos. Acredito que no meio da igreja não deve persistir o desespero, mas a externação dos sentimentos devem ser compreendidos pelos fiéis. Há pessoas na igreja que precisa de acompanhamento psicoterapeuta, devido à morte de seu ente querido ser proveniente do suicídio ou assassinato, pessoas assim podem desenvolver revoltas e incompreensão que será necessário um tratamento adequado.

Nas questões que envolvem injustiças, a comunidade evangélica deve ajudar as pessoas a ganharem suas causas justamente batalhando pelo melhor. O conselho pastoral não é apenas abrir a Bíblia, ler alguns versos, e bater no ombro das pessoas e dizer que Deus ajudará. Mas sim exige que o conselheiro tenha sabedoria e conhecimento de causa seja nas questões sociais, econômicas, espirituais e emocionais. Se for à obra social, o Deus te abençoe não é suficiente para aliviar a dor dos menos favorecidos, mas sim a ação concreta com algo supridor. Se for às questões emocionais, é por isso que as questões de terapia cada vez mais são desejadas e procuradas pelos seus líderes. Eles sabem desta deficiência e primam pela melhoria e o sucesso nesta área.

Síntese Palestra na XIV Semana Teológica de Caxias do Sul, 05/07/2007.

Lothar Carlos Hoch

Faculdades EST/ São Leopoldo.

domingo, 13 de novembro de 2011

HIV e o aconselhamento pastoral

A preocupação em relação ao HIV. Na verdade esse passo dado através do aconselhamento pastoral frente ao vírus auxiliará com mais eficiência aos conselheiros. Até porque o HIV não é mais problema apenas fora da igreja, mas na igreja. Hoje temos a epidemia tanto na igreja, ou nas pessoas que vem fazer parte da comunidade evangélica, que adquiriu a epidemia. O desafio é como lidar com esta situação. Não basta apenas fazer algo em prol destas pessoas, mas a atenção, saber ouvir, amar ignorando a doença, isto é: Não repudiá-las pela doença.

Outro ponto importante é aprender falar abertamente sobre o vírus, tanto com as pessoas infectadas como na igreja. Precisamos buscar informações e transmiti-las. A conversa com os familiares, e o apoio moral é uma forma de ajudá-los a superar o problema. A igreja precisa incentivar o apoio voluntário dos médicos e enfermeiros cristãos. O mutirão da saúde ajuda os menos favorecidos. Assim a ajuda pode ser dispensada também aos familiares e enfermeiros que cuidam dos infectados. O simples fato de saber que alguém está infectado deixa os parentes ou enfermeiros com necessidades de ajuda emocional.

Ajudar com doações como: medicamentos, limpeza da casa ou qualquer outra coisa, não supera a necessidade de ouvir. Este é um dos pontos principais do aconselhamento, saber ouvir as pessoas, algumas querem apenas falar, pôr para fora as palavras, mágoas e fazê-las se sentirem aliviadas. A pessoa doente deve ser estimulada a falar do que mais tem medo, o que mais lhe toca ou o incomoda. Assim eles sentem-se mais seguros para partilhar uma conversa neste âmbito, mais primeiro o conselheiro deve transmitir confiança e amizade.

Outro detalhe é fazer a família estarem unidas nestas horas, compartilhar com o infectado, e tratá-lo docilmente e com entendimento, nunca com repulsa medo etc. A partir deste ponto, o aconselhamento tem um destino traçado. O assunto deve ser explorado, e levado para o campo da fé. Pois a fé produz esperança no coração dos enfermos e necessitados. O objetivo do aconselhamento é proporcionar cura e fazer com que a pessoas cresçam espiritualmente. Através do aconselhamento as pessoas aprendem a lidar com o seu problema, superar a estima baixa e viver uma vida normal de superação.

O infectado com HIV produz feridas internas profundas. Estas feridas arraigam-se na alma, as preocupações, o medo com o futuro, e a vontade de voltar ao passado quando tudo estava bem, causam ansiedade e desespero. O aconselhamento pastoral deve trabalhar este lado emocional da pessoa ajudando-a mentalmente. Aqui o aconselhamento dever surgir trazendo paz interior, pois apenas mandar fazer algo, ou ditar regras para o doente não basta. A ajuda é o trabalho na alma, os sentimentos e as emoções devem ser trabalhados de uma maneira correta.

O aconselhamento pastoral não é um trabalho específico do pastor, uma vez que se denomina pastoral. Mas este é um trabalho para toda a igreja, porque cada um de nós tem a participação na obra social. Precisamos fazer voluntariamente este trabalho, aprender a ouvir com atenção, saber elevar a estima das pessoas para reagir contra a doença. Se o conselheiro tiver habilidades profissionais, melhor ainda. Alguém que sabe ouvir e sentir a dor do companheiro sempre terá sucesso. Sentir a dor é se colocar no lugar do outro, tomar para si as decepções, as angústias e aflições como se fossem suas, e deixar que o doente perceba isso, assim ele verá que não está só, e que finalmente alguém se preocupa com ele.

Uma das causas dos doentes serem desprezados era devido ao sexo. Antes a ideia de que todo o infectado era imoral, falar em HIV era falar em imoralidade. Sabemos que outros meios como agulhas podem transmitir a doença. A pergunta que o conselheiro deve fazer na hora do aconselhamento não é como pegou o vírus, mas a forma de lidar com a doença. Isso denota atenção ao infectado, todos precisam de atenção em especial o doente, no momento de fragilidade isso é essencial.

No aconselhamento pastoral não podemos fazer teatro, o infectado vai perceber. Ser puro e sincero é a melhor opção para a aquisição da confiança. O exemplo de homossexualismo citado no texto, ainda é um tabu nas igrejas. Ainda não estamos preparados nem para receber um homossexual como visitante. Percebemos que as pessoas evitam a proximidade e a relação com o homossexual.

O melhor exemplo de conselheiro pastoral que temos é Jesus. Ele sabe ouvir as pessoas, e a imagem de Deus que está em cada um é valorizada por ele. A mensagem de Jesus é de alento, paz interior, libertação, esperança etc. Até as crianças Jesus atendeu. E cada uma teve suas questões atendidas. O indivíduo com HIV tem seus direitos de perguntar, se calar etc. Devemos saber não apenas o nosso preparo, mas estudar o comportamento do doente.

Devemos aprender a lidar conosco mesmo. Precisamos saber ouvir nosso eu interior, observar nossas decisões, só assim seremos capaz de dar o primeiro passo ao aconselhamento pastoral.

Síntese do texto: Ouvindo com amor do Dr. Manoj Kurian

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quais os objetivos de Missão para a Igreja?


Concordo com Míguez Bonino, quando afirma que a missão é o centro da igreja, como também da teologia. O tempo que a América Latina não produzia teólogo e nem teologia, levou muitos cristãos a terem aversão à teologia. Ser teólogo era ser frio, sabichão, e a teologia levava o cristão ao farisaísmo.

Mas quando o projeto evangélico de missão invade a América, reconheceram a importância da teologia. Hoje entendemos que missão da igreja de Cristo, é tarefa da teologia evangélica. Sou antagônico de Míguez Bonino no tocante à teologia da libertação. O próprio texto se encarrega de dizer que a comunidade de fé protestante não participou nem participa da teologia da libertação.

O protestantismo que veio da Europa ou da América do Norte chegou à América Latina realmente como diz Bonino, chocando as culturas, religiões, raças e todos os seguimentos da sociedade. A princípio era mais uma novidade, com o passar do tempo, e o progresso, se tornou fator preocupante das lideranças e do governo. Isso porque de acordo com Bonino, as críticas ao clero, às forças sociais, aos valores invertidos, levou o povo a tomarem atitudes e posições contrárias, querendo melhorias e participação.

Em respostas às perguntas difíceis de responder, o protestantismo causou mudanças, a igreja era e é um lugar de liberdade, onde aprendemos a santidade (separação) de todos os ditames do mundo. As pessoas que vem fazer parte da igreja tem uma vida nova. Eis aí a verdadeira libertação, em primeiro lugar, libertar o homem da escravidão pecaminosa. Aqui está a divergências entre os teólogos da libertação, e os teólogos protestantes.

A teologia da libertação leva ao pé da letra, quando insiste em dizer que a libertação é dos pobres, dos que vicem às margens. A luta excessiva pela igualdade social diverge da teologia bíblica. Veja nas palavras de Jesus: “Porque sempre tendes os pobres convosco, e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes;” (Mc 14.7). Sempre haverá pobres, nunca nesta dispensação iremos ter a igualdade social. Todavia isso não quer dizer que vamos cruzar as mãos, e nada fazer pelos pobres, porque podemos fazer o bem quando quisermos a eles, e sempre queremos exercer a caridade.

Quero falar de dois pontos importantes citados no texto. O primeiro é a ideologia explicitamente marxista. O segundo é o de chamar os oprimidos e explorados a assumirem sua própria libertação. Penso que a teologia da libertação tem confundido pobre com proletariado, rico com burguês, pecado com opressão. Concordo em parte com Rubem Alves, quando apresenta uma mensagem bíblica sobre Deus que atua na história para transformar o mundo. Essa transformação começa no interior, para depois transformar também o meio em que o indivíduo vive.

Bonino afirma que Deus quer salvar as pessoas e claramente se posiciona ao lado dos pobres. A maneira como Bonino fala da pobreza e do trabalho, é semelhante ao olhar crítico de Karl Max. E Max não tinha razão em tudo, e seus postulados à luz da Bíblia contém inúmeras falhas. Por isso discordo de Bonino em muitas coisas. Deus não fez preferência pelo pobre, mas pelo homem, seja ele pobre ou não. Deus amou e salvou pessoas de todas as classes. A única distinção de pobre para rico foi no amor às riquezas. Mas Jesus esteve com ricos e pobres, ama e quer salvar a todos sem preferência.

Todavia concordo com Bonino quando acrescenta que devemos assumir a história de Cristo como nossa isto é: Devemos assumir a cruz, o gólgota, a tumba etc. O reino de Deus começa no nosso interior, na nossa aceitação do sacrifício de Cristo. O reino começa quando alcançando as almas, trazendo a elas a libertação espiritual e fazendo a nossa parte social. Ajudar as pessoas menos favorecidas é dever de quem faz parte do Reino de Deus. No entanto transformar a classe pobre, acabar com a burguesia, são apenas teorias que ainda não deram certo. Claro que quem faz parte do reino luta contra a desigualdade social e todas as mazelas que assola os humanos.

Míguez Bonino definiu bem a vocação da igreja, no final do texto. Ela foi instituída para a proclamação da salvação, perdão dos pecados e a santificação. A igreja é um sinal da graça e da bondade de Deus. Temos uma tarefa no mundo, mostrar que existe esperança, mudanças e vida transformada. A verdadeira missão da igreja é levar Cristo para a vida das pessoas. Bonino defende o ecumenismo como a ponte para uma missão concreta, ou para uma missão eficaz. Não concordo com o ecumenismo. A igreja primitiva teve sucesso na evangelização sem a inserção do ecumenismo. O protestantismo cresceu na América sem os caprichos do ecumenismo. Não creio que o ecumenismo seja o fator crucial para o sucesso das missões.

O finalizo com as ponderações de Bonino sobre o amor dispensado aos pobres, aos que vivem às margens. O amor de desejo de mudança desejo de ver essas pessoas felizes e com esperança. Claro que não devemos apenas dizer a elas que Deus os ama. Além de oferecermos a salvação em Cristo, devemos fazer a obra social, lutar por melhorias financeiras. Mas isto não é a prioridade da igreja. Fazendo a parte social não significa que vamos mudar a classe pobre, levar a classe baixa para a média.

Resenha do texto de Prof. Roberto Zwetsch

Ev.Geziel Silva Costa

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Conceito de Missão

Nos últimos cem anos, a ciência vem se multiplicando assustadoramente. As mudanças ocorrem em todos os seguimentos da sociedade sendo inevitáveis. Essas mudanças são tanto positivas como negativas, ao mesmo tempo em que é benéfica ao homem, pode ser maléfica. Diante destas verdades, a teologia cristã não poderia ficar sem sua contribuição, tendo em vista que a Bíblia tanto falou deste momento de evolução na história humana.

A teologia apresenta biblicamente o propósito da vida humana aqui na terra. A solução para a sociedade mundial, a paz e a felicidade não estão simplesmente na tecnologia, na globalização e nem na pós-modernidade. O pensamento pós-moderno é anticristão e extra bíblico e estes conceitos são motivos para um caminho destrutivo e sem solução que a sociedade está trilhando. O que dizer do aquecimento global? Está escrito que a terra geme, com a maldade do homem à natureza. O pecado humano trouxe maldição a terra. “Maldita é a terra por tua causa”.

Quanto às mazelas, injustiça social, guerras, fomes, pestes, desigualdades econômicas e os conflitos, estão escrito: “De que se queixa o homem? Queixe-se de seus próprios pecados”. Também são sinais e advertências que estão escritos na Palavra. Em Mateus 24, Timóteo e outras passagens, alertam para estes momentos. A única solução para tudo isso, não é o futebol, a música e nem a religião, mas a solução é Jesus. Se os humanos cressem e recebessem Jesus seguindo a sua Palavra, o mundo seria diferente. É necessário que os próprios missionários tenham recebidos ao Senhor Jesus como seu único e suficiente salvador de suas vidas.

No tocante a teologia e sua relação com a missão temos visto que tem havido muito desta última, mas, porém, pouca prática. É do conhecimento de todos que no contexto histórico das missões muitas vezes comunidades inteiras foram impostas a receberem obrigatoriamente a fé que lhes eram ensinadas mesmo contra as suas próprias vontades. É o que aconteceu com os denominados cristãos-novos em 1497 quando todos os judeus que eram nascidos em Portugal foram forçados a converterem-se ao cristianismo.

Como o império era totalmente cristão e as práticas judaicas eram totalmente proibidas, os judeus eram obrigados a serem católicos praticantes. Durante quase trezentos anos esses judeus nascidos em Portugal foram processados e perseguidos pelo tribunal do santo ofício da inquisição. Também nas colônias portuguesas os que possuíam outra fé eram perseguidos pelo santo tribunal. A causa dessa evangelização tirana sobre os judeus foi à dualidade que passaram a viver para serem reconhecidos pela cultura ibérica. Ou seja, eram ainda judeus, porém agora não praticantes, pois teriam que viver como cristãos para não perderem a própria vida.

Somente com a liberdade de crenças que as igrejas protestantes passaram a usufruir no século XX somando a isto também o fim das colônias, é que a missiologia nas igrejas evangélicas passam a ter um desenvolvimento maior no terceiro mundo principalmente nos continentes latino americanos, africanos e asiáticos. Claramente porque antes deste período era totalmente rigoroso o combate a toda e qualquer forma de crença que não fosse a religião oficial decretada pelo estado.

Com a chegada dos missionários jesuítas portugueses para ás Américas com os colonizadores que vinham expandir o império e conquistar os povos nativos, notamos que o objetivo de alargamento dos campos dominados por eles referia-se também a religião. Desta maneira à medida que se tomava posse das terras dos povos ameríndios ao mesmo tempo era lhes imputado o domínio através da cultura que tinha como braço forte a desculpa da religião. Isto não leva a ninguém crer que simplesmente os nativos foram persuadidos a mudarem seus hábitos, costumes e religião da noite para o dia. Os povos da terra nunca deixaram de pelejar contra o domínio exterminador que se abateu sobre os seus territórios ao final do século 15. E quando em algum momento sua cultura era preservada pela força superior de suas estratégias bélicas geralmente o que ocorria era a destruição de suas terras comprometendo todo objetivo da missão cristã para com estes povos. Como a história mostrou muitas vezes, que, os missionários eram omissos diante das injustiças feitas às gentes nos leva então a refletir se toda aquela evangelização trouxe algum benefício espiritual e material!

Na mesma linha podemos colocar também o modo de evangelização feita aos negros trazidos da África para se tornarem escravos em todo continente Latino-Americano. O flagelo da escravidão era sem limites incluindo a isto toda sorte de abusos imagináveis contra o ser humano e ainda tendo como álibi a idéia que Deus concedia permissão para tudo isto. Os escravos também foram obrigados a seguirem a religião católica sendo-lhes proibida qualquer realização de seus costumes como festas e rituais africanos. Os senhores de engenho impôs a esta gente também a adoção da língua portuguesa como forma de comunicarem-se. Mas às escondidas eram praticadas as suas festas e costumes e assim conseguiram manter as suas culturas e tradições.

A missiologia protestante começa de uma maneira voluntária em que cada crente é responsável pela divulgação do evangelho. Com a chegada dos protestantes à America-latina estes viram a necessidade de evangelizar os próprios católicos entendendo que também os seguidores desta fé necessitam da salvação em Jesus Cristo. Assim a palavra é levada com grande aceitação por todo o continente principalmente no território brasileiro.

Síntese da matéria Introdução à teologia da missão

Prof. Roberto Zwetsch

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Questões éticas

O ser humano não nasce pronto e acabado, mas sim com progressão para a aprendizagem. Pode até nascer ignorante, para depois ser um indivíduo pensante, e o mais inteligente. Ao nascer, o nosso arca bolso de conhecimento vem quase vazio, para ao longo dos anos, ir se completando com o conhecimento. Seja o conhecimento empírico, filosófico ou científico, ele se intensifica ao longo dos anos.

Vivemos em sociedade, e dividimos nossos conhecimentos, ações e contribuições. Adquirimos a nossa própria visão de mundo, repartimos valores, participamos e ditamos regras e normas, porque vivemos em grupos como seres dependentes uns dos outros. Assim resolvemos e procuramos soluções para as respostas da nossa vida. Quando os seres humanos nascem, já se encontram com esta realidade, e assimilam-na, e formam outras perguntas e respostas para as novas ideias. Assim a cultura vai se modificando a cada época.

Quando a cultura passa a fazer parte de nossa identidade, mesmo que não percebamos mais ela se torna uma segunda identidade. Então ela passa a ter o poder de repressão, isto é: Aqueles que não estão de acordo com as regra e normas desta cultura, são consideradas pessoas atípicas. Os que estão andando segundo a cultura, sentem-se em segurança e também passam a desprezar os ditos anormais.

Existem duas grandes maneiras de mostrar a sociedade. A Sociedade Tradicional e a Moderna. Na Tradicional, conservam o legado que recebem por tradição, sem modificação. Nada se pode mudar, a religião dita as normas. O sistema moral dita às regras dos valores, e tem poder de coação a todos que quiserem inovar.

A pobreza, o desprezo, e o descaso aos menos favorecidos, é uma tremenda falta de ética. Isso é uma crise que tem invadido o mundo, inclusive o Brasil. É necessária a colaboração dos empresários,políticos, religiosos e da sociedade, para começar a fazer a diferença nas questões de inclusão e justiça social.

A maior crise que o mundo está inserido, não é a crise econômica nem política e espiritual. Mas a crise da sensibilidade, porque não nos comovemos com quem está à margem, sem alimento, sem esperança nos hospitais. Não tratamos nossos semelhantes como irmãos, deixamos idosos nas filas, crianças jogadas nas ruas, e estamos tranquilos, sem comoção. Somos cruéis, insensível, seres brutos.

Existe hoje o risco da comodidade e aceitação, de aceitar que a desigualdade social é isso mesmo, e que a classe dos quem têm riquezas e trabalho é mérito deles. As classes dos que não têm nem a comida, é porque não tiveram sorte ou é o destino de cada um. Mas não devemos se conformar com a apartação. Assim, não existe a cooperação e nem a solidariedade no mundo de hoje. E percebe-se que a política está em atraso, desde os últimos quinhentos anos.

O trabalho é a base da sociedade, através dele as famílias buscam sustento, amparo e dignidade. Mas no mundo e também no Brasil, a falta de emprego tem causado grandes transtornos. Isso devido à indústria, robotização e automação que tem tomado o lugar dos trabalhadores. Sem trabalho não há sustento, comida, emprego compostura etc. Este é um problema a ser resolvido que tem tirado o sono de muitos líderes políticos.

Outro fator a ser considerado é o sistema de emprego no mundo. Existe um desequilíbrio produzido pelo capital, que põem muitos no patamar das riquezas enquanto outros mal fazem para a sobrevivência. Assim a acumulação de riquezas fica mal distribuída, prejudicando a maioria que se tornam excluída, sem participar ativamente da sociedade.

O alarme ecológico é uma preocupação ética. A terra está morrendo por culpa humana. A industrialização vem causando danos no planeta. A água potável será escassa e a luta pela sobrevivência será dramática. A ONU tem feito vários congressos para tratar este assunto. Esta é uma questão ética, que mostra nosso mau relacionamento com a natureza. Precisamos reaprender a trabalhar a favor do planeta e não contra ele.

O homem tem o poder da autodestruição do planeta. A força está em nossas mãos diz Sagan, precisamos tomar uma decisão se quisermos viver bem. Devemos tomar uma decisão política para instituir o princípio da responsabilidade pela terra. Não precisamos ensinar ninguém, uma criança sabe cuidar de seu caderno e roupa, e sabe que não pode sujá-los. Precisamos elaborar uma ética do cuidado, onde todos desenvolvam a responsabilidades, cuidados, alargando uma atitude amorosa e protetora.

O cuidado protege a vida, protege o corpo e prepara o futuro. Tudo que o ser humano faz, precisa ser com cuidado para não se tornar algo catastrófico. A ética da solidariedade anda junto com o cuidado. Ser solidário com os outros estabelece a reciprocidade. Os solidários são companheiros, dividem o pão com seu semelhante e reparte segundo as necessidades. Se cada individuo, cada empresa, comunidade ou sociedade assim agissem, estava estabelecida a cooperação e a inclusão e o mundo seria melhor sem destruição.

A ética da responsabilidade é o primeiro passo depois da reflexão. A hora de começarmos a fazer a diferença é já, agora. Se cada um de nós, começarmos a partir de agora a praticar a solidariedade e sermos mais cuidadoso, as coisas irão mudar. E mudar para melhor, porque as atitudes são como uma luz que vai penetrando, irradiando tudo. Se cada pessoa se tornar consciente, e começar a praticar as virtudes nas empresas, na comunidade em todo o meio, a paz, a alegria a cooperação o entendimento e a convivência tanto com nosso habitat, como com nossos semelhantes, será de alegria, amor e esperança.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ética e Moralismo

Moral são o conjunto de regras, usos e costumes e as ações que instruem as pessoas. Isto cada um pode praticar individualmente ou em relação a outros ou mesmo com a natureza. A ética por sua vez estuda os assuntos da moral, enquanto a moral obedece às normas e regras, tabus e etc. A ética busca fundamentos para se viver melhor.

O moralismo é definido como a metodologia filosófica especifica em busca da moral. O moralismo dessa forma se torna absoluto, e outras tentativas na busca da moral se tornam relativas. Existem meios legais, que transformaram a moral no legalismo, ditando regras, leis e exigindo obediências a elas. O pensamento cotidiano de moralismo, às vezes dá um significado diferente ao moralismo. Um exemplo é a internet, para muitos, totalmente destrutiva, imoral, relacionada na sua totalidade ao sexo, então eis a proibição. Não sabem dizer que a internet é totalmente destrutiva, se usarmos somente com este fim. Para os que sabem usá-la para construção e aquisição do bem, ela se torna totalmente benéfica. Para outros, moralismo está relacionado à consciência politica ou aos interesses econômicos.

O moralismo religioso é confuso na religião, quando não sabem fazer a diferença entre eterno e antigo, particular e universal. Promove a adesão sem limites e com determinismo. Muitas vezes este determinismo está ligado a praticas e preceitos antigos. Neste ponto o moralismo toma sentido pejorativo, e passa a referir-se mais à questão sexual e afetividade. No sentido religioso, moralismo passou a ser nosso desejo, esforço e luta pelas coisas corretas ou como obter a salvação por nossa própria força.

Devido à mistura e confusão feita entre ética e moralismo, aderiram aos mesmos preceitos e regras a palavra ética. Mas a ética é mais abrangente, pois apresenta os argumentos necessários para se conhecer os princípios e tomar as decisões acertadas. Do ponto de vista cristão, a ética trata do conhecimento moral, das obrigações, dos direitos humanos, das punições dos infratores etc.

Na modernidade já não valem os Slogans sobre mora. A tradicional separação entre direita e esquerda já não bastam, tampouco discursos emocionais ou protestos, servem para reverter o quadro caótico da moral. Se quisermos fazer diferença com nosso conhecimento sobre a moral e a ética, é necessário compreendermos os fundamentos teóricos dos diversos pensamentos e estudos sobre ética e moral, para depois de uma avaliação, fazermos uma escolha adequada, ou mostrar conhecimento de causa.

A ética trata do bem, dos valores e virtudes que devemos cultivar. Também dos direitos e das nossas obrigações morais. Avalia pontos de vista alternados como o que é o bem e o direito, e está em busca do caminho para alcançarmos o conhecimento moral necessário. E leva-nos a indagar porque devemos agir e andar corretamente, e também é responsável pela condução dos problemas morais práticos que pensamos ser prioritários.

Acredito que a moral na modernidade está enfraquecida. Não estou falando das atitudes, ações e pensamentos dos antepassados, como nossos avós. Estou falando em relação à família, casamento, aborto etc. Com a facilitação do divórcio, pesquisas apontam uma porcentagem maior no número de separação. Com a divulgação da mídia em banalizar o casamento, a fidelidade, e a troca de parceiros como trocar de camisa se intensificou nos casamentos, a moral está enfraquecida.

Agora, o moralista moderno se engana quando não mata, não pratica assalto à mão armada, e pensa estar com a consciência limpa e até discursa sobre moral, mas mente, engana, forja, fura sinal vermelho, não enfrenta fila. Isso também não diz respeito à moral? Os moralistas modernos se escondem em roupas de grife, e estão nos púlpitos do congresso ou das igrejas, exigindo e cobrando do povo, quando eles mesmos não têm “moral” para cobrar. Os que não cobram do povo, querem transmitir uma imagem de moralista, mas quando dizemos para atirar a pedra aquele que não deve, não fica um no seu posto.

Cada um de nós, temos inserido em nosso íntimo, a ideia do que é certo ou errado. É a consciência, o tribunal que aprova ou reprova nossas atitudes. Mas quando nos tornamos moralistas, apesar da consciência acusar, fazemos exatamente ao contrário do que ela manda. Sabemos o que é certo e errado, mas não fazemos.

É notável como o moralista moderno sabe julgar os outros quando erram. Julga segundo os critérios que ele escolheu, ou segunda as condutas que ele conhece. Mas nunca vimos alguém fazer juízo de si próprio, ou se policiando para não infringir em erros que deturpam a moral. Todavia, tudo que não consta nas normas que ele escolheu, ele as pratica. Assim o moralista faz uma seleção da moral, escolhendo e praticando o que ele pensa ser certo.

A moral pode ser estudada como a busca de entender ou a luta por praticar o bem, para se chegar à felicidade e se realizar prazerosamente. Ou também a moral do dever, que dita regras, ou impõem algo para aqueles que optam por entrar numa religião, organização ou até mesmo na sociedade.

O moralismo também é entendido como a valorização exacerbada de um conjunto de regras ultrapassadas para a modernidade desenvolvida pela tecnologia e avanços sociais. O moralismo se apresenta especialmente quando essas regras de valores (que antigamente eram observados à risca), e hoje são quebrados pela descoberta moderna de que são regras infundadas, e que não fazem parte do conjunto de conceitos e preceitos morais.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O que você sabe sobre os demônios?


No hebraico, não encontramos definição para a palavra demônio, pois este termo é de origem grega. Os gregos entendiam que os demônios eram uma divindade ou algo intermediário entre os humanos, que influenciavam o cosmo e a vida humana. Esta influência podia ser de caráter positivo ou negativo. Para Sócrates, os demônios eram um espírito de proteção que fazia o bem. Os da escola de Platão acreditavam que a influencia dos demônios era má.

A Septuaginta define os demônios como poderes malignos e não benignos. Estes são capazes de atuar prejudicando as pessoas com calamidades naturais, doenças físicas ou psicossomáticas, sendo possível levar até a morte.

A crença em demônios está presente no Antigo Oriente Médio, na Grécia Antiga, no Judaísmo nas religiões e atravessa séculos chegando à nossa época. As diversas religiões hoje classificam a atuação dos demônios de acordo com seus atos. Os demônios da sexualidade, por exemplo, atuam nas pessoas com a impureza sexual, outros causando cegueira, surdez, há demônios que causam catástrofes naturais como furacão, terremotos enchentes etc.

Não acredito particularmente que todas as doenças ou calamidades sejam sobrevindas de demônios. Em alguns casos, sem dúvidas isto acontece, como a Bíblia exemplifica. Há religiões que generalizam e dizem que a falta de emprego, os fenômenos naturais catastróficos, são algo exclusivo dos demônios.

Os locais de preferência dos demônios, são os desertos, cemitérios, as ruinas, cavernas, eles agem em lugares escuros, na noite etc. Por serem espirituais, os demônios não possuem forma física. Então, existe a necessidade de se manifestarem no mundo físico, mas para isso precisam de um corpo. Entram em corpos de pessoas e animais. Eles se identificam mais com animais apavorantes, venenosos, voraz e bravio. Talvez os demônios sejam associados com estes animais pela relação existente com eles, por exemplo: Estes animais, causam dano, são imperfeitos e vulneráveis. A relação entre demônios e animais é para exemplificar e associar a ação dos mesmos.

A rapidez do bode associa-se à violência dos demônios. Os demônios a meu ver estão ligados diretamente á deuses pagãos e agem por trás destes, como Moloque, por exemplo, onde sacrifícios de crianças eram oferecidos a ele. Isto é uma prática demoníaca.

Alguns acreditam que os demônios podem ser vencidos ou afastados com encantamentos, feitiços, astúcia, palavras mágicas etc. Ainda acreditam que o sal, a cinza e a lama, podem afastá-los. Acreditando que os talismãs e os amuletos podem dar proteção contras eles.

Os demônios no AT

Devido à falta de conhecimento de Deus, no AT as pessoas eram levadas por qualquer superstição. Sendo assim, Javé exige adoração exclusiva ensinando os seus atributos divinos, e levando o povo a atender o seu poderio máximo. Alguns hoje acreditam no dualismo, a luta entre o bem e o mal, Deus e o diabo, o que parece mais uma ideia da Nova Era como o yin e o yang. Deus é criador até do diabo, e criatura não pode estar em termos de igualde com criador.

Outro sim, o mal é proveniente de Deus como disse Jó? O que realmente Jó quis dizer? (Jó 2.10). O mal na vida de Jó foi causado pelo diabo, todavia com a permissão de Deus. Por isso ele atribui o mal à vontade permissiva de Deus.

Acredito que ao longo da história, Israel pode ter sido influenciado pelas crenças demoníacas e sua forma de exorcizá-lo e mantê-los distantes. Todavia, ao saírem do Egito, com Moisés e as leis, aprenderam a desvencilhar-se de suas crendices. Pela Bíblia, Deus não está associado ou relacionado com o diabo ou com os demônios. Pelo contrário, é sempre o diabo ou os demônios que são imitadores de Deus, querendo ser semelhante ao altíssimo.

A serpente

A serpente tem diversos significados nas culturas dos continentes. No Antigo Oriente, ela representava o poder destruidor. Era também conhecida como Leviatã. Na Síria, o leviatã é conhecido como um monstro marinho com sete cabeças, que é banido pelo deus baal.

No Éden, por Eva ter sido enganada pela serpente, esta passou a ter sinônimo do mal, ou a origem do mal. Mas na verdade, a serpente foi criada por Deus, e apenas usada pelo diabo a enganar Eva.

Em Números, Moisés ergue uma serpente de bronze. O objetivo era que todas as pessoas picadas pela serpente venenosa do deserto, ao olharem para a serpente de bronze serem curadas. É um tipo de Jesus na cruz, quem olha para ele, é sarado do veneno do pecado da antiga serpente que é o diabo.

Satanás

A Bíblia apresenta satanás como real. Embora o conhecimento mítico venha ao longo do tempo pintando o diabo com tridentes, chifres e rabo. Para outros, ele é um ser abstrato, isto é: As brigas, difamações entre irmãos, calúnias, isto é que é o diabo, ou a explicação para ele. Mas realmente segundo a Bíblia, creio que ele existe, é um ser espiritual criado por Deus, embora tenha se rebelado contra Deus. Às vezes ele é representado na Bíblia como um dragão, para demostrar a sua força e agilidade.

Mesmo o diabo sendo acusador e inimigo, ele age segundo a vontade de Deus. Ele não possui poderes de decisão próprios. No livro de Jó, o mal não procede diretamente de Deus, mas indiretamente dele, segundo a permissão dele, mesmo que ele esteja no controle.

Israel ficou convicto de que todo o poder pertence a Deus. Com os inúmeros milagres no deserto, e o sofrimento que tiveram em desobedecer a Deus, hoje são monoteístas. A Bíblia apresentação explicações que o sofrimento e o mal que assolam o mundo, é natural do pecado do homem. O pecado e a desobediência são a origem das mazelas humanas. Apesar de evitarmos os exageros nas demais religiões, não podemos deixar de crer que muitas crenças e divindades de outros povos, possuem ação demoníaca. O que dizer dos maias que ofereciam aos seus deuses sacrifícios humanos?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

As festas judaicas

Antigamente Israel se baseava no ano lunar. A cada dois ou três anos, fazia-se uma adaptação ao ano lunar, baseado no ano solar. Essa adaptação era a adição de um mês no ano solar. O primeiro mês do calendário de Israel correspondia aos nossos meses de março e abril aproximadamente. Conhecia-se o início de um mês pela lua nova.

Na cultura Judaica, comemoravam-se três grandes festas importantes para Israel. A festa dos Asmos, da Colheita e do tabernáculo. Conforme as ordenanças do Senhor em Êxodo 23 a Festa dos Pães Asmos era para ser celebrada durante sete dias. Isso no mês de Abibe, porque este foi o mês que saíram do Egito. O primeiro corte do Trigo era torrado, o povo se reunia em vários santuários para preservar a colheita.

Somente mais tarde é que o Rei Josias conduziu este cerimonial ao templo em Jerusalém. A festa das Semanas que é a festa das primeiras colheitas de trigo. Ficou conhecida como festa das semanas, por causa da contagem de sete semanas do início da colheita dos cereais. Era mais um culto de ações de graças, onde eles expressavam sua gratidão a Deus pelos frutos da terra. A festa das semanas era também celebrada a dádiva da Torah que receberam no Sinai. Foi nesse dia o derramamento do Espírito Santo, de onde conhecemos o pentecostes. Também existe a festa dos Tabernáculos, que é a celebração da colheita dos frutos. Durante a colheita dos figos, tâmaras azeitonas, uvas e etc., eles habitavam em cabanas. Essa ação lembra o tempo que Israel no deserto, morava em cabanas. É uma festa alegre, com danças, celebrada durante sete dias. Em Deuteronômio já vemos vinculado à festa dos Asmos a festa da Páscoa.

A páscoa na verdade era uma festa de pastores, quando saiu para terras longínquas em busca de pastos, matavam um animal para prevenção. Isso foi associado na saída de Israel do Egito, quando os Israelitas comeram o cabrito assado, e passaram o sangue nos umbrais das portas. Onde o Anjo da morte passava, e não matava os primogênitos devido o sangue. Aí temos a explicação da palavra Pascoa, passagem, talvez a passagem do destruidor, ou a passagem do mar vermelho por Israel. No tempo de Jesus a páscoa foi celebrada, e hoje é uma festa no seio da família israelita precisamente dia 14 do mês de nisã, relembrando os acontecimentos do Egito, e as ações de Javé. Hoje no cristianismo a páscoa simboliza a ressurreição de Cristo, a nossa passagem da morte para a vida.

A estas três festas, foram adicionadas outras festividades. Não creio ser pela influência do período pós-exílio, porque a maioria delas está no Pentateuco. As festas são: Ano Novo, o dia do perdão ou da expiação, o dia da alegria da lei, a festa da dedicação do templo, a festa de purim e o sábado.

O sábado em si não é uma festa, mas um tempo ou dia tirado para o Senhor. Sábado é um dia de descanso para Deus em hebraico (Shabat), parar de trabalhar. Este mandamento percorre todo o antigo Testamento. O sábado não é associado a outros dias como sexta feira treze, considerado um dia de azar. Não é que trabalhar no sábado trás uma maldição, ele não é um dia de mau agouro, mas um mandamento. Seis dias trabalharás, mas o sétimo é o sábado, isto é: trabalhamos seis dias em nosso favor, mas precisamos ter pelo menos um para agradecer ao Senhor.

Com o descanso sabático, os israelitas além de estarem obedecendo e se dedicando nesse dia a Javé, proporcionam descanso aos animais e aos servos, evitando trabalho escravo forçado. O sábado se torna um símbolo da identidade de Israel no exílio babilônico. Com o tempo, foram acrescentados os preceitos à observância da sábado. Acender fogo, carregar cargas e até a distância que se poderia andar neste dia. Alguns foram tão rigorosos na observância do sábado, que preferiram morrer que descumprir as ordens.

No Novo Testamento, os preceitos do sábado, principalmente por Jesus, eram observados. Mesmo assim, Jesus irritou muitos judeus zelosos, por curar e ter suas atividades normais no dia de sábado. Mas Jesus deu outro significado ao sábado, que veio a serviço da vida, o sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado. Paulo por sua vez, deixa claro que o sábado está inserido no contexto da lei. E o sim da lei é Cristo, para justiça de todos que creem. Estamos em uma Nova Aliança, por isso o Novo Testamento.

O domingo não veio para substituir o sábado. Mas se torna um dia especial porque as atividades de Jesus, como também suas aparições depois da ressurreição, deram muitas vezes no domingo. A partir daí, a igreja primitiva toma o domingo como dia do Senhor. Constantino foi o responsável pela associação do domingo com a divindade solar. Mesmo assim, algumas atividades não paravam no domingo, os escravos por exemplo. Os reformadores eram a favor do descanso dominical. Lutero entendia que antiga aliança ficou no passado, e que estamos sob uma nova aliança. Os puritanos na Inglaterra foram mais taxativos, e até leis foram elaboradas, proibindo qualquer atividade ou lazer no domingo.

Na atualidade, o mundo tem um dia para descanso e culto. No Brasil, adotamos o domingo como dia especial e existe até leis que regem melhor a situação de trabalho e descanso. Nos países muçulmanos é a sexta feira o dia d descanso. Todavia, devido às diversas atividades, alguns preferem ou são obrigados devidos às atividades, descansarem outro dia da semana. Isso prejudica a reunião familiar.

Hoje o que é mais importante não é a discussão se o sábado ou domingo é o dia de descanso. Mas sim saber conciliar entre lazer, família e culto a Deus no dia de descanso. Isso é tão importante que temos na Bíblia o ano sabático. Seis anos trabalhando mais o sétimo e o descanso da terra. Também a cada cinquenta anos, os escravos eram liberados.

No Antigo Testamento percebemos três tipos de sacrifícios: Agradecimento, comunhão e expiação. Alguns eram oferecidos com animais, outros com manjares, cada um tinha seu significado espiritual. Esses sacrifícios bíblicos, no meu entender, nada têm relacionado aos sacrifícios das divindades pagãs. Mas sim ensinar o homem a ser grato a Deus pelas bênçãos. Também não colocar seu caroção nas coisas terrenas. Também serviam para promover comunhão entre o homem e Deus.

Os sacrifícios pelo pecado eram necessários morrer um animal. As pessoas carentes de perdão iam até o sacerdote que fazia o ritual sagrado e bíblico. Esses sacrifícios apontam para o Jesus. Assim como o animal inocente derramou sangue para livrar da morte e perdoar os pecados de muitos, Jesus como o cordeiro que tira o pecado do mundo, nos deu vida morrendo e derramando seu sangue por nós.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O monoteísmo Bíblico


O monoteísmo é bíblico porque o próprio Javé, Deus de Israel estipulou isso à nação, quando


disse: Não terás outros deuses diante

de mim. Jesus mesmo disse a satanás: Vai-te satanás, somente ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.

Quanto ao conflito entre Judeus e palestinos, a combate não é pelo fato de serem monoteísta. Mas a peleja vai, além disso, é por territórios, é a política das terras e das raças, não se baseia em um item apenas.

A Bíblia deixa clara a existência de outros deuses, quando adverte a Israel: “Não seguireis outros deuses, os deuses dos povos que houver ao redor de vós” (Dt 6.14). Poderíamos citar diversas outras passagens, mas não é o caso.

Outro ponto que quero destacar é sobre o Deus de Abraão de Isaque e de Jacó. Por mais que pareça que cada um destes patriarcas tenha seu próprio Deus pessoal, é mais claro e admissível, que cada patriarca teve sua experiência com Deus. A

té porque o Deus de Abraão não iria ordená-lo sair da terr

a, da parentela politeísta e permitir que Abraão continuassem no próprio erra que mais tarde Deus exigiria da não, servir a ele só.

Não acredito que Israel integrou outros deuses, ao Deus da Israel. Até porque antes da conquista de Canaã, a advertência contra deuses estranhos, já era conhecida. “Não seguireis outros deuses, os deuses dos povos que houver ao redor de vós” (Dt6. 14). “Não fareis outros deuses comigo; deuses de prata ou deuses de ouro não fareis para vós”

(Ex 20,23).

Outro sim, porque será que Jacó se desfez dos deuses estranhos enterrando-os? “““ E Jacó fez um voto, dizendo:” Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir”.

“E eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus” (Gn 29.20-21). Aí está por causa do voto que ele fez de servir somente a Deus. O Senhor será o meu Deus. Chegando ao lugar que ele fez o voto, ele se lembrou dos feitos de Deus, então entrou com sua pare cumprindo o voto.

Parece algo relativo, quando o texto afirma que no antigo Oriente, cada povo tinha o seu Deus maior, em especial que Israel também tinha o seu. Acredito que Javé é um Deus absoluto, porque derrota todos os demais deuses com seus respectivos poderes e seguidores. As dez pragas é algo contra os deuses dos egípcios. A morte dos animais, onde está o boi Ápis protetor das criações? E assim com as demais pragas.

Na caminhada de Israel, os deuses dos Moabitas, Amonitas, Baal e companhia, todos caíram diante do Deus Javé. Por isso ele é um Deus absoluto.

Quando os Israelitas foram dizimados ao exercito babilônico, receberam injúrias, e Javé foi afrontado dizendo que não pode fazer nada diante do deus babilônico, sabemos que tudo ocorreu pela permissão de Javé. A ajuda, o livramento, o cuidado e as bênçãos sobre Israel da parte de Javé, eram condicionais. Em Deuteronômio capítulo 28 a primeira parte das bênçãos cuidados e providencias eram a obediência e adoração a Javé. O contrario disso resultaria em abandono, e seriam entregues aos próprios inimigos. Foi o que aconteceu com Israel nas mãos dos babilônicos.


Geziel Silva Costa

domingo, 7 de agosto de 2011

As origens da fé em Javé, o Deus de Isarel

A fé de Israel mudou ao longo de sua caminhada. Talvez pelos problemas encontrados ao longo do caminho, ou por influências de outras religiões. No livro dos Juízes, está o relato de altos e baixos.

Israel desobedece a Javé, em consequência a isto, vão ao cativeiro. No exílio eles arrependem-se, Javé levanta um juiz e livra-os. Ao esquecerem os atos de misericórdia de Javé, desobedecem às leis, e novamente o resultado é o cativeiro. Vemos assim ida e volta, desobediência e obediência, altos e baixos, juízo e misericórdia.

Nas religiões de outros povos, também houve mudanças, isso pelo aumento do conhecimento na caminhada histórica. O avanço do conhecimento faz com que as pessoas avaliem suas noções religiosas e culturais. A história de Israel está claramente exibida nos livros históricos e proféticos, que vão descrevendo a conduta da nação, e a influência sofrida em detrimento das nações vizinhas. Temos então uma mensagem rica e atual para nosso saber teológico.

Quando examinamos a história da religião e teologia do AT, vemos mudanças de procedimentos, conceitos e ações do povo de Israel. No entanto entendemos a imutabilidade de Deus em toda a História. Devido à imutabilidade de Deus, é exigido de Israel que também não mudem em dano dos comportamentos de outras religiões, Israel não deve sofrer mudanças. Os costumes, os métodos religiosos pagãos, não devem ser desejados e nem copiados por Israel. Uma técnica reprovada por Javé nas religiões pagãs, era os sacrifícios de crianças aos deuses, isto é: passar os filhos pelo fogo. Israel não deveria perpetrar isso, por ser abominação a Javé.

Sou de acordo com o texto, quando exibe que a adoração a Javé foi exercitada antes da existência de Israel. Adão, Sete, Noé, Abraão e Jacó, já adoravam antes a Deus com a construção de altares. No Egito, Moisés foi a peça fundamental para trazer Deus ao centro da adoração do povo de Israel, que com o controle egípcio, esqueceu-se de Javé. Talvez, alguns tivessem lembranças do Deus de seu pai Jacó; Compreendemos que Jacó quando descia à casa de Labão, quando chegou a Betel fez um voto a Deus, prometendo ser fiel a ele, e servi-lo somente a ele, se Deus fosse com ele abençoando-o.

Jacó tinha conhecimento de Javé. Talvez a comunhão e a informação de Jacó com Javé chegaram à ciência do povo de Israel, todavia, como adorá-lo? Então aparece Moisés com a missão de levar de volta o povo a Javé. Até porque era promessa de Deus a Abrão e a Jacó, trazer o povo de volta do Egito. Vemos isso na fé de José, que preferiu não ser enterrado no Egito, acreditando que o povo sairia de lá, e então teria seu corpo sepultado em Canaã. O povo precisava voltar-se ao Deus dos pais, o Deus das promessas, das terras e de um futuro propício. Então era necessário que confiassem nesse Deus, era preciso estar preparado a servi-lo e adorá-lo como garantia das bênçãos.

As festas judaicas, em especial a páscoa, servem para trazer de volta à memória das famílias, e propor aos mais novos os feitos de Javé. Aprendem então que Javé é o Deus dos menos favorecidos, dos oprimidos como era o povo no Egito. Isso levou o povo a lutar contra a injustiça, acreditando fazer a vontade de Javé. A páscoa e outras festas servem para contar o que Javé fez em favor de Israel.

Isso incentivava o povo servir a ele com fidelidade. Israel percebeu o milagre e a intervenção divina nas pragas do Egito. Isto despertou a fé em Deus, que então firmou as alianças e as leis para Israel. A partir daí, Deus se manifesta no monte Sinai, que fumegava e tremia e começa Deus a falar audivelmente com Israel. A teofania de Javé, segundo a primeira tradição, vem acompanhada de fogo, fumaça e tremor. Javé se revela