Alerta Final

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quarta-feira, 1 de julho de 2009

A primeira carta de João lição n°1

INTRUDUÇÃO


A primeira carta de João é na realidade um discurso teológico. Esta lição serve para aprendermos mais sobre o amor de Deus. Realça ao amor de Deus como exemplo a seguirmos em nossos relacionamentos. Mostra o quanto devemos ter uma vida íntegra obedecendo às determinações de Deus. Numa época em que muitos estão sendo enganados, esta lição chega desafiando-nos a preservarmos a verdade pelo cultivo da comunhão com Deus.


I-ENTENDENDO A CARTA DE JOÃO, O APÓSTOLO


Não encontramos nada sobre João nesta carta. Mas as testemunhas do século II como Papias, Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria afirmaram que ela foi escrita pelo apóstolo João. Todos os pais da igreja grega e latina aceitaram esta epistola como joanina. O nome de João era bem conhecido dos leitores, e tornava-se desnecessário sua menção nominal. Alguns críticos rejeitam a atribuição a João como o autor da carta. Mas o vocabulário e as características são idênticos ao do evangelho de João.


Eusébio em sua História Eclesiástica (323 d.C) fazem menção duas pessoas diferentes com o nome de João: João o “Ancião” e João o “Apóstolo”. Mas os dois, no entender da igreja primitiva seriam a mesma pessoa. Isso não contradiz o consistente reconhecimento que a igreja tinha de que o livro foi escrito pelo apóstolo João. Para quem ela foi escrita? Quem é o destinatário? Onde começa a introdução e onde está a conclusão? Não vemos saudações nenhuma. Por estas e outras razões consideramos um discurso teológico.


Mas na verdade esta carta foi dirigida às igrejas da Ásia Menor, é um ensino pastoral de João. Os irmãos estavam precisando de conselhos, ajuda, e João os ajuda a viverem na fé de Jesus Cristo. Pelo menos vejo na carta de João cinco propósitos; promover a comunhão (1.3), produzir a fidelidade (14),proteger a santidade(2.1), prevenir a heresia (2.26) e proporcionar a esperança (5.13).


II-CONHECENDO O AUTOR DA CARTA


Alguns estudiosos dizem que esta carta foi escrita de Éfeso (na região oeste que hoje é a Turquia) por volta dos anos 90 d.C, quando a perseguição foi interrompida durante o fim do reinado de Domiciano (81-96 d.C). O motivo que levou João a escrever a carta, eram alguns elementos estranhos que perturbavam os irmãos da Ásia, e queriam por em cheque sua fé e dissipar a comunhão deles. As heresias destas pessoas negavam que Jesus é o Cristo (Jo 2.22), ou que Jesus veio em carne (Jo 4. 2,3). Na área moral ensinavam que não era necessária a fé salvífica, e a obediência aos mandamentos de Jesus, nem uma vida santa separada do pecado e do mundo.


Quem eram esses elementos? João não diz, mas com certeza trata-se dos ensinos do gnosticismo que se infiltrava entre a os irmãos. A heresia gnóstica ensinava que a matéria é inerentemente má, e um ser divino de maneira nenhuma poderia possuir em seu corpo a carne humana. Faziam então distinção entre o homem Jesus e o Cristo espiritual que veio sobre Jesus em seu batismo, mas o deixou antes de sua crucificação. Outra variação foi o docetismo (de dokeo, “parecer”), a doutrina de que Cristo apenas aparentava ter um corpo humano. O resultado em ambos os casos foi o mesmo- uma vazia negação da encarnação.


Os gnósticos também criam que sua compreensão do conhecimento oculto (gnosis) fazia deles uma elite espiritual, que jazia acima das distinções normais de certo e errado. Isto, na maioria dos casos, levou a deplorável conduta e completa desconsideração pela ética cristã.


III-O PROPÓSITO DA CARTA DE JOÃO


O primeiro versículo do capítulo um da carta, o que era desde o princípio... Este é Jesus Cristo. Ele estava no princípio com Deus. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus” (Jo 1.1,2). João começa a carta com uma certeza ímpar de que Cristo vive, seu ministério foi real, a fé não é vã. João escreve com convicção clara, para deixar bem patente aos irmãos a realidade. Ele fala como uma testemunha ocular, e dá testemunhos dos demais, pois eles ouviram, viram e apalparam Jesus, destacando assim que houve um contato real com ele. João apresenta o fundamento do cristianismo: Deus é amor e vida. Por meio do sacrifício de Jesus a nossa vida pode ser transformada, passando do pecado e da morte para a vida eterna.


No segundo verso da carta, João define a vida eterna em função de Cristo. “Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada”. Ela só pode ser adquirida mediante a fé em Jesus Cristo e a comunhão com ele. Deus é vida, os que andam em comunhão com ele precisam possuir essa qualidade de vida. A vida espiritual começa com o nascimento espiritual. O nascimento espiritual ocorre por meio da fé em Jesus Cristo. A fé em Jesus Cristo infunde em nós a vida de Deus- a vida eterna. Portanto aquele que anda em comunhão com Deus andará em luz, em amor e em vida. João aborda de maneira enfática a comunhão com Deus.


Ele queria que seus leitores nutrissem a certeza da habitação de Deus por meio de constante comunhão com ele (2.28; 5.13). A fé em Cristo precisa manifestar-se na prática da justiça e do amor pelos irmãos, o que por sua vez produz alegria e confiança na presença de Deus. I João foi também foi escrita com vistas a refutar os destrutivos ensinamentos dos gnósticos e destacar a realidade da Encarnação e a futilidade da confissão sem a prática. Estes anticristos fracassaram em três testes: Um viver justo, o amor pelos irmãos e a convicção de que Jesus é o Cristo, o Deus-homem encarnado.


1-Erro concernente a Cristo


Refutando os ensinos heréticos que permeavam as igrejas da Ásia, mostramos que as fraquezas e limitações presentes na vida humana, também estavam em Jesus homem.


a-Jesus possuía um corpo humano.
Nasceu como os bebês (Lc 2.7). Cansou-se (Jo4.6) teve sede (Jô 19.28). Teve fome (Mt 4.2). Ressuscitou dos mortos com um corpo transformado (Lc 24.39).


b)-Jesus possuía uma mente humana.
Ele passou por um processo de aprendizagem como todas as crianças. (Lc 2.52). Aprendendo a comer, a falar, beber e escrever, a serem obedientes a seus pais. Não sabia com uma mente humana a que dia e hora seria o arrebatamento (Mc13. 320)


c)-Jesus possuía alma humana e emoções humanas.
Angustiou-se (Jo 12.27). Entristeceu-se (Mt 26.38). Admirou-se de alguém (Mt 8.10. Chorou de tristezas (Jo 11.35). Foi tentado em todas as áreas, mas sem pecado (Hb 4.15).


2. Auto- engano moral


Circulava na igreja uma doutrina herética, de que nada que a pessoa faz através do corpo prejudica o espírito. Isso leva o apóstolo João a escrever a sua primeira carta. O Docetismo, essa negação da verdade, diziam ainda que Jesus não era homem, levou João a chamar estes ensinos de doutrina do anticristo. “Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo” (1 Jo 4.2-3).


Deus realmente quer salvar corpo, alma e espírito, foi o que Paulo ensinou aos cristãos de tessalônica. “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). O corpo também deve ser santificado, assim como a alma e o espírito pecam, o corpo também. Bebedices, glutonarias, são pecados do corpo (Gl 5.21).


O corpo sofre a transformação para o arrebatamento. "Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória” (1Co 15.53,54).


3. A auto-exaltação espiritual


Precisamos hoje dos dons de discernir os espíritos. “E a outro o dom de discernir os espíritos” (1Co 12.10). O engano sempre existirá, desde a era da igreja. Mas precisamos estar atentos à palavra de Deus, aos sinais, preparados para responder a razão da nossa fé “e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3.13).


Concluo dizendo que precisamos combater as heresias como os pais da igreja fizeram. Primaram pela verdade, encorajarmos irmãos a rejeitar o engano. “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes” (Tt 1.9).



Ev. Geziel silva Costa



Bibligrafia

Teologia sistemática (Wayne Grudem) VN

Teologia sistemática (Stanley Horton) CPAD

Dicionário Internacional de teologia VN

Descobrindo a Bíblia CANDEIA


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